Por menos provável que possa parecer, o Lincoln Cosmopolitan, no ano de seu lançamento (1949), venceu duas das dezenove provas da Nascar, e com uma diferença considerável dos concorrentes!
Agora, um pouco de história:
Tudo começou com as corridas no famoso circuito de rua/praia em Daytona no final dos anos 40. Por algum tempo funcionou bem e, com o suporte dos torcedores, pilotos e montadoras, o sistema continuou a prosperar. Mas a variedade de circuitos e o nível de competição necessitavam de algumas modificações. Enquanto muitas delas foram instituídas “pelo interesse da segurança”, as montadoras encontraram maneiras de unir a alta performance aos principais avanços de suas linhas de produção, fazendo, assim, com que estas novas peças pudessem ser utilizadas nas corridas da Grand National.
Ao longo dos 58 anos de história da NASCAR, os carros de corrida foram transformados nas verdadeiras máquinas tecnológicas que vemos hoje voando por circuitos também muito modernos. Para falar sobre a evolução dos carros da principal categoria, hoje a Nextel Cup Series, é necessário voltar ao final dos anos 40.
Quando a NASCAR foi criada, em 1948, não havia muitos modelos novos de carros, pois era o início do pós-guerra. O sentimento era de que os fãs de automobilismo não teriam interesse em ver carros novos correndo pelas pistas enquanto eles mesmos tinham de dirigir automóveis mais antigos, dos tempos de antes da Segunda Guerra Mundial.
No entanto, em 1949, o presidente da NASCAR, Bill France Sr., repensou a idéia de corridas utilizando carros usados nas ruas das cidades pelos cidadãos comuns. Visto que nenhuma outra organização havia acenado com esta idéia, ele imaginou que poderia dar certo e atrair o interesse dos norte-americanos.
O sucesso da categoria hoje mostra que ele tinha razão. Do ponto de vista dos pilotos, preparar um carro para as corridas nem era tão caro assim, até porque, além de fazer os acertos necessários ao motor, nada mais podia ser modificado nos primeiros carros usados na categoria. Todos os vidros ficavam intactos, por exemplo.
Algo muito encorajado, entretanto, foi a grande diversidade de montadoras que poderiam colocar seus carros na pista. No início da NASCAR, eram nove: Buick, Cadillac, Chrysler, Ford, Hudson, Kaiser, Lincoln, Mercury e Oldsmobile. Alguns dos maiores problemas eram os desgastes dos pneus e as quebras de direção e suspensão, causados pela utilização dos carros num ambiente para o qual não foram projetados. Isto acabou forçando os engenheiros a pensar em novas soluções.
Um dos primeiros itens produzidos especificamente para as corridas de stock car foram os pneus da Pure Oil Company, em 1952. Até então eram usados pneus comuns, os únicos disponíveis também para as competições.
Os rádios de comunicação foram utilizados pela primeira vez na NASCAR também em 1952, em Daytona Beach, e foi sendo utilizado cada vez mais até se tornar um equipamento fundamental nos carros de corrida.
Uma das primeiras grandes mudanças ocorreu um ano depois, quando as montadoras Oldsmobile, Lincoln e Hudson introduziram componentes na suspensão como resposta às recorrentes falhas nos eixos dos carros. As montadoras também estavam descobrindo como poderiam introduzir equipamentos de alta performance aos carros comuns de forma a torná-los aptos à competição nos circuitos. Por exemplo, o carburador “Twin H” da Hudson foi uma inovação que ajudou seus carros a vencerem 22 das 37 corridas na temporada de 1953.
Em 1955 a Chevrolet introduziu uma das mudanças mais significativas nos stock cars: o motor V8 de 355 polegadas cúbicas que, com algumas poucas alterações, ainda hoje é usado pelos carros de corrida da General Motors nos Estados Unidos.
Em 1957 a inovação foi da Buick, criando os tambores de freio de alumínio. O carro, que Fireball Roberts tornou famoso, usava um sistema de freios que dissipava o calor de maneira mais eficiente devido ao uso do alumínio e ao seu novo design.
No final da década de 1950, quando chegava a era dos “superspeedways”, como Talladega, a General Motors novamente mudou o design dos carros em 1958. Com isso, poucos dos seus carros foram usados naquele ano, pois os pilotos preferiam continuar com algo que lhes fosse familiar. No entanto, o mecânico Henry “Smokey” Yunick entendeu bem o novo sistema e o piloto Paul Goldsmith venceu a última corrida em Daytona em 1958 pilotando um Pontiac com o novo design, que seria uma nova porta aberta para a NASCAR a partir dos anos 60.
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