13.6.11

A Verdadeira História do Shrek

Em janeiro de 1973 um Coronel foi à Concessionária Cipan, no Rio de Janeiro, e comprou um Opala 0Km Verde, com teto de vinil preto, e o levou para casa, na Tijuca. O carro se tornou o xodó dele desde então.
Opala 73 no Salão do Automóvel

Em 1990, o já General morreu e, deste ano até 1995, seu então genro cuidou do carro, funcionando-o de tempos em tempos para que não estragasse. Até que ele se divorciou da esposa, cada um foi para um lado e o Opala ficou na garagem... até este sábado.

É verdade que o carro foi bem cuidado nesses 16 anos em que ficou parado. Um vizinho dos proprietários tinha uma oficina ao lado e, quando ele ficou sem espaço, a viúva do General cedeu o terreno em que a garagem estava. Uma das condições era cuidar bem do carro. Nem sol ele tomava!
Aliás, quando perguntei que garantia o carro tinha, a resposta do padrinho do neto do General foi a seguinte: "Garantia? A única garantia que lhe dou é de que o carro nunca mais pegou sol!"

Voltando à história do carro, durante esses 16 anos muitos bateram na porta do neto do General, que ficou na casa. Como existiam alguns empecilhos, o carro nunca saiu do lugar, embora a vida de todos tenha mudado. O neto do General cresceu, se casou e levou a esposa para morar no casarão, seu padrinho, que era caseiro na época do General, morava ali há cerca de 40 anos, o vizinho mecânico trabalhou durante todo esse tempo na garagem...

Até que as coisas começaram a mudar. Primeiro, o mecânico que cuidava do carro faleceu. Depois, quem bateu à porta da família com uma oferta de compra não foi uma pessoa interessada no carro, mas uma construtora interessada no terreno. 

Bom... terreno vendido, famílias se mudando, ciclos se fechando... o que então fazer com o Shrek, apelido "carinhoso" do Opala? 

Um amigo de infância do neto do General surgiu com a solução: ia falar com o tio, que por acaso havia comprado o meu Morris Oxford há alguns meses atrás. O tio dele não se interessou pelo carro, mas lembrou-se de mim. Disse ao sobrinho que, como sou meio doido, eu poderia me interessar pelo carro.
Bom... ele estava certo!

Sábado fomos eu, Leozinho, Victor Hugo e Plínio Henrique para conhecer o carro. Na expectativa de encontrar de tudo, afinal, foram muitos anos de carro parado, com maresia, poeira gordurosa, sem contar nos inevitáveis problemas de quem ficou na garagem por anos a fio.

Chegamos e tivemos várias surpresas:
  • O carro é muito íntegro, com inclusive uma capa de banco que os deixaram - podemos dizer - virgens!
  • O verde VERDE encantou tanto o Leozinho, que acabou negociando comigo o carro.
  • Sob o carro estavam suas rodas originais que, claro, vieram também.
  • A placa amarela, que na verdade não era nenhuma surpresa, será um souvenir importante.
  • E o carro estava sendo "tratado" para voltar a rodar, portanto estava em muito melhores condições do que achávamos!
































 Bom, ontem tiramos o dia para cuidar do Shrek. Primeiro, claro, fomos lavá-lo. Descobrimos que o carro era ainda mais verde VERDE! 


 E olha que levamos um tempo para tirar toda a laminha acumulada pelos anos... Como eu já disse, é uma poeira grudenta, difícil de sair.





Colocamos as rodas originais e estamos vendo o que ele precisa. Em breve mais cenas desse Ogro que já nos conquistou com sua história que, embora melancólica, já que representa uma série de finais, também representa uma superação e, conosco, um novo começo.
Quem também deve estar vibrando com tudo isso é o General, onde quer que ele esteja!

Um comentário:

mauro mabilia disse...

lindo carro e uma ótima historia.
O bom que tenho um exatamente igual com uma historia parecida.
Era do meu avô que faleceu e depois de 10 anos fiquei com o carro que hoje esta sendo restaurado.

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