14.2.12

HOT DODGE - OS VEOITÕES RONCAM NO PLANALTO

NESTA POSTAGEM, IREMOS MOSTRAR COMO ERA UM CAMPEONATO DE V8 NA DÉCADA DE 80, NO QUAL O LEOZÃO TEVE O PRIVILÉGIO DE CORRER POR UMA TEMPORADA.

Agradecemos ao amigo Jovino por nos autorizar a reproduzir sua matéria na íntegra.

Fonte: http://blogdojovino.blogspot.com/2011/01/hot-dodge-os-veoitoes-roncam-no.html


A categoria TFL (Turismo Força Livre) já fazia um grande sucesso no final da década de 70 e alinhavam os opalas Stocks, Fiats, Fuscas, entre outros. Já no final de 1980 alguns Dodges já participavam da categoria e o número de carros foi aumentando e a Federação de Automobilismo do Distrito Federal resolveu criar o regulamento técnico e desportivo da Hot Dodge, a partir de 1981, com largada independente da TFL

Carlos Marques da Brasilia Importadora no gride em 83


Pepe e Lula começando a descida da bruxa

No começo, os carros muito pesados e com regulamento praticamente original e que permitia apenas o rebaixamento da suspensão, amortecedores trabalhados com a substituição do óleo por outro mais grosso, carburação original, mas preparada, aumento da taxa de compressão e rodas com pneus radiais de rua de até 8 polegadas, mas os pilotos conseguiram descobrir uma brecha no regulamento e passavam a lixar os pneus e deixando-os quase Slicks.

Mario de Assunção começando a contornar a curva do placar.

As voltas eram bem altas acima de 2m50seg e a corrida era realizada no circuito interno. Mas com o decorrer do tempo, foi-se desenvolvendo, principalmente, acerto dos carburadores que eram a álcool e assim os tempos foram baixando e o número de carros aumentando chegando-se acima de 20 na formação do grid.



Os veoitões fazendo a curva da vitória

No começo era comum as derrapagens e saídas de curvas (bruxa)

O Milagres com o seu Ddoge Bar 707 saía muito na televisão por causa das escapadas de curvas

Sem dúvida alguma, a Hot Dodge era quem levava um grande número de público ao autódromo, principalmente, em função das derrapagens, saídas de curvas e os acidentes, pois quando se perdia o controle da bagaça, era quase impossível segurá-la e o público vibrava.

Carlos Marques dando uma escapada na curva da vitória e Eli Pimentel(repare a arquibancada lotada)

Em algumas provas, em função do nº dos TFLs, que diminuíam a cada ano, a Hot Dodge passou a largar juntamente com eles e assim os Dodges eram alinhados atrás do último carro da TLF e as provas ficavam mais interessante para o público ver, mas que não eram nada bom para os pilotos da Hot Dodge, pois os opalas davam uma volta em cima dos Dodjões.

Opala da TFL acelerando junto com os Dodjões

Carlos Marques na curva 1

Para se ter uma idéia, em 1976, nos mil quilômetros de Brasília (Div 1 – FIA), onde participavam as grandes equipes brasileiras que alinhavam os famosos Mavericks Quadrijeteres da Mercantil Finasa pilotados por Bob Sharp e Paulo Gomes, entre tantas outras e grandes equipes daquela época, a pole position ficou com o piloto da casa Jose Carlos Catanhede e José Laurindo com o Maverick laranja da Arroz Olinda com 2m42seg23 e a vitória com o Bob Sharp e menos de 9 anos depois o Beto virou em 2min29seg, se tornando o recordista da pista.

Beto Fazenda com o carro recordista da categoria (aqui já no final da categoria quando os Dodges já tinham uma configuração mais braba

Quando a categoria começou a desenvolver-se mais, uma conseqüência natural do automobilismo, a quantidade de carros começou a diminuir quando liberaram os pneus slicks e alguns pilotos passaram a usar o pistão e coletor do caminhão Dodge a álcool, comandos Scanderiam, tuchos mecânicos e balancins reguláveis, carburadores não originais e preparados, o peso foi aliviado com a liberação de vidros em acrílicos, a fuselagem também aliviada e até aerofólios foram utilizados, ficando apenas uma lâmina de lata nas portas e capôs e os antigos tempos que eram acima de 2m50seg, foi baixando e chegou-se a este incrível recorde da pista, isto já no final da categoria, em 1985.

Ailton Cristo e Silvino na reta oposta

Pepe e sua máquina

Os grandes nomes da Hot Dodge foram os pilotos José Anísio, que vencia quase tudo, Carlos Marques, que geralmente chegava em 2º (ambos da mesma equipe – Brasília Importadora), depois foi dominada pelo Osvaldo Toller Junior (Elétrica Mercúrio que virava em torno de 2m33seg e o segundo colocado em torno de 2m36seg e assim sucessivamente) e mais no final, o Beto Fazenda, que foi o último campeão da categoria.
A equipe do Toller Junior (Renê Feiticeiro, Toller, Bodão e ...?)

Em 1983, houve nove corridas e o Toller Junior ganhou oito com todas as poles e melhores voltas. O fato interessante ocorreu por conta de uma corrida na chuva em que ele classificou-se à frente dos opalas, mas a Federação não o deixou alinhar junto e ele foi obrigado a alinhar atrás do último carro da TFL.

Toller Junior e seu Bicho papão da Hot Dodge e Campeão em 1983.

O piloto e amigo de infância Lula

Viana e seu Dodjão Fluminense

Mais um amigo de infância, o Luisinho das Candangas e seu Charger RT

A categoria também existia em Goiânia e chegou-se até a tentar unir as duas categorias com realização de provas lá em Goiânia e Brasília, mas acabou por não dar certo com o final da categoria goiana.
Com isto, alguns pilotos de Brasília trouxeram alguns carros de lá, carros muito mais equipados e com um regulamento, na época, mais liberal, e que já tinham pneus slicks e até aerofólios criando-se uma expectativa de como eles se comportariam na pista brasiliense. Na realidade, para a minha surpresa e acredito que de todos, não conseguiam virar nos mesmos tempos dos carros de Brasília e ficavam para trás até eles retirarem os aerofólios, que mais prejudicavam do que ajudavam.

Entre estes pilotos, estavam a dupla Celsão e Nelson Sanches, que vieram da TFL, mas não conseguiram a performance que eles esperavam.

Houve também a participação esporádica do Ricardinho Nhen Nhen Nhen que marcou a pole position numa referida prova, fez a melhor volta e venceu de ponta a ponta. No total foram 110 pilotos que participaram da categoria desde a sua criação.
Revendo tudo isto, como dá um aperto lá no fundo do coração, saudades de um tempo vindo e findo quando ousamos fazer aquilo que nos parecia impossível da realização de um sonho, sonho este de colocar um carro para brincar entre colegas e aprender que automobilismo é esporte muito sério e para quem tem muito grana, pois arcar com as despesas que aumentam a cada corrida juntamente com o fascínio que ela exerce sobre a gente e concluir que para conseguir sucesso é necessário muito investimento, tanto financeiro, como dedicação pessoal ou então ficar nas arquibancadas aplaudindo os donos do espetáculo.

Jovino no Grid de 84

(Agradeço a colaboração do Presidente da FADF, Sr. Napoleão Ribeiro, que forneceu algumas fotos e relação de pilotos, os pilotos Beto Fazenda, Carlos Marques, Luiz Torres (o Lula), Luiz Cesarino e Wesber Juvenal (o Pepe), Viana, Oswaldo Toller Junior, que contribuíram com fotos e esclarecimentos).

Obs: 1: quem tiver participado da Hot Dodge Brasiliense, favor entrar em contato comigo através deste emeil: jobenevenuto@hotmail.com.


Obs: 2: (esta matéria foi publicada anteriormente no blog do meu amigo Saloma (http://www.interney.net/blogs/saloma/) em 2008 e refeita agora com algumas atualizações).


2 comentários:

Anônimo disse...

Ki legal!!! Fui assistir muitas corridas de DOJÃO, era muita diversão. Lembro de muitos vocês, principalmente do meu amigo Beto Fazenda, empurrei muito a máquina dele pra pegar no tranco em Sobradinho. rsrs. Hoje tenho 61 anos bem vividos e curti muito essa matéria. Abraços!

Anônimo disse...

Desculpe... Esqueci de me identificar. Antenor - antenormedeiros93@gmail.com

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